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Itália: esquerda convertida à defesa do capital sofre derrota histórica para ultra-direita

Gregorio Carboni Maestri

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Ex-partido comunista italianoProdiPDS ecologistaUlivoeleições municipaiMilãoRefundação ComunistaD'AlemaBerlusconidireitasocialismoGuerra dos BalcãsSettore SPS/01 - Filosofia Politicaeleições 13 maio 2001Settore SECS-P/01 - Economia PoliticaSettore SPS/04 - Scienza Politica

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Itália. Abril de 1996. Aquele que fora o maior partido comunista do Ocidente vence as eleições italianas. O Partido da Refundação Comunista, nascido quando o PCI mudara de nome – Partido dos Democratas de Esquerda, PDS –, assumindo-se social-democrata, apoiara, de fora, a coligação. A vitória era completa, ao fim de seis meses de governo de Berlusconi, desorganizado por greves contra as privatizações, cortes sociais etc. Romano Prodi, em menos de dois anos, saneou as finanças, dobrou a inflação, relançou as exportações. Para realizar o milagre, comprimiu salários, cortou investimentos, privatizou bens públicos, causou graves seqüelas sociais. O governo de centro-esquerda dependia do apoio do PRC – 9% dos votos em 96. Após exigir mudança de orientação, a Refundação Comunista derrubou Prodi na Câmara. D´Alema foi o primeiro ex-comunista a governar a Itália, que vivia boa situação econômica. Aprofundou a linha Prodi, juntando-se a Clinton, Blair e Schroeder na Quarta Via. A classe operária conquistara a proibição constitucional de participação da Itália em guerras, no após-guerra. Em 1999, o ataque à Sérvia realizou-se sob a quase exclusiva oposição do PRC. Em cinco anos, a aliança dirigida pelo ex-PCI fez mais pelo capitalismo do que a Democracia Cristã em cinqüenta. Em 13 de maio, o eleitorado votou maciçamente: reformulação do panorama político, com Forza Itália como o maior partido italiano, subindo de 20% aos 30% dos votos. Berlusconi canibalizou os aliados.

http://www.correiocidadania.com.br/antigo/ed246/internacional.htm